Zika vírus: peça providencial para a estratégia do aborto

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         O aborto é uma ação tão má, antinatural e prejudicial que, para ser aceito na sociedade precisa de toda uma estratégia de ação, visando o convencimento das pessoas, que são levadas propositalmente ao erro. Em 2016, quando surgiu o alarde a respeito do Zika vírus e sua ligação com a microcefalia, os pró-vidas logo perceberam que uma nova fase do plano para legalizar o aborto no Brasil estava sendo colocada em prática. Não demorou para a confirmação: em poucas semanas, figuras do governo, da mídia e do movimento feminista se apressaram e cobrar a liberação do aborto em caso de microcefalia.

ADI 5581

         No alarde dos casos de microcefalia foi dada entrada no STF a Ação Direta de Inconstitucionalidade – a ADI 5581– que requer que o Estado brasileiro julgue como “constitucional a interrupção da gestação de mulher que tiver sido infectada pelo vírus Zika e optar pela mencionada medida”. Em outras palavras, há o pedido para que o abortamento seja descriminalizado no caso de infecção por este vírus.

         É muito importante contextualizar que, em sua argumentação, a ADI5581 evoca a ADPF54 que requisitava “direito” ao aborto nos casos de anencefalia, como jurisprudência. Ou seja, já que o abortamento foi “legalizado” em casos de anencefalia, que seja agora também nos casos de microcefalia. Não por acaso, para estas duas ações, estiveram à frente a ONG ANIS e sua ex-presidente, a senhora Débora Diniz, bem como para outra ação no Supremo com o mesmo fim, a ADPF 442[1]. A ANIS, por sua vez, faz parte do Consórcio Latino Americano contra o Aborto Inseguro (CLACAI), uma Associação que reúne diversas entidades da América Latina que tem como um dos seus objetivos promover o aborto seguro [sic][2].

         No momento, a ADI5581 está em tramitação no STF com julgamento marcado para o próximo dia 22 de maio. A Presidência da República, o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e a AGU já se manifestaram contrários a esta ADI, inclusive vendo na mesma uma ingerência indevida do STF ao que compete aos legisladores (ativismo judicial).

Estratégia

         O que foi dito até aqui evidencia que a ADI5581 faz parte de uma tática conhecida do movimento abortista: explorar casos de comoção social, primeiramente alardeando-os e, depois, no auge da ebulição das dúvidas angustiantes do momento, propor a legalização do aborto.

A estratégia visa dois fins: primeiro abrir um precedente para o aborto para um caso específico e, com isso, mpliar as legalizações já existentes, de forma que, em determinado momento, dadas tantas legalizações pontuais, não haja mais por que não legalizar definitiva e totalmente o aborto.

Veja aqui mais exemplos desta estratégia abortista http://original.casaprovidami.com.br/estrategias-para-legalizacao-do-aborto-no-brasil/

Os interessados

Aqueles que estão ávidos em legalizar o aborto, usando das circunstancias que se apresentem no momento, não são pessoas ignorantes. São grupos financiados por grandes Fundações, geralmente Estadunidenses, que derramam rios de dinheiro nos países pobres para promover o controle populacional, para o qual o aborto tem uma função eminente[3]. O argumento utilizado, entre outros, é que abortar crianças com deficiência é um “direito humano”. 

Na época da adentrada da ADI, uniu-se ao conluio das ONGs, Fundações e da mídia o próprio governo de esquerda do nosso pais, então sob a presidência da petista Dilma Rousseff. Durante seu tempo no poder, o PT fez de tudo para legalizar o aborto no Brasil.[4]

O que estamos assistindo, como já denunciado em outros textos pró-vida, é a legalização da eugenia, ou seja, de uma limpeza racial. Querem definir quem pode ou não nascer, segundo conveniências financeiras e padrões estéticos. Ontem, o direito de nascer foi negado às crianças com anencefalia; hoje, aos com microcefalia e amanhã aos que não tem olhos verdes… Estamos regredindo como sociedade ao plano moral das tribos mais subdesenvolvidas, como de certos índios que matam seus filhos deficientes recém nascidos.

Mas e a realidade da microcefalia?

Ao denunciarmos a orquestrada tática de manipulação social que os defensores do aborto fazem, usando desta tragédia que foi a microcefalia, não estamos de forma alguma relativizando-a. A microcefalia é algo muito sério, uma questão de saúde pública. Porém jamais o aborto, ou seja, o assassinato de um ser humano indefeso, deve ser o meio para sanar um problema, pelo simples fato que uma vida é digna, independente de suas condições. Além do mais, há outros fatores a ponderar:

– admitir o aborto nestes casos é, como já dito, aceitar a tática da indústria do aborto para legalizá-lo totalmente no país;

– muitas crianças com microcefalia terão uma vida de superação e vitórias, como no caso de uma jovem que tornou-se jornalista[5]. Vamos abortar “preventivamente” todas estas crianças?

– não podemos nos nivelar por baixo na luta contra enfermidades. Somos um povo altamente capaz, que deve usar de seus recursos financeiros e tecnológicos para vencer esta praga. Usando uma comparação, não se descriminaliza o assassinato como forma de combater a altas taxas de homicídio no país.

“Reivindicar o direito ao aborto e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade.” (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 20)

Pe. Silvio Roberto, MIC

Diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada


[1]A ADPF 442 foi impetrada em conjunto com o Partido PSOL e visa a descriminalização irrestrita do aborto até a 12ª semana de gestação, conforme pode ser visto aqui http://original.casaprovidami.com.br/estrategias-para-legalizacao-do-aborto-no-brasil/

[2] http://clacai.org/nosotros/

[3] O leitor pode conferir o relatório da Fundação MacArthur, que aplicou milhões de dólares no Brasil e ali encontrar o seu objetivo, de modo especial nas páginas 33-34: http://acordaterradesantacruz.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Funda%C3%A7%C3%A3o-MacArthur-e-o-aborto-no-Brasil-English.pdf

[4] Cf.: http://acordaterradesantacruz.com.br/wp-content/uploads/2013/03/defesavidabrasil.pdf(pg 18ss)

[5] http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/12/jovem-com-microcefalia-escreve-livro-e-tira-diploma-de-universidade-em-ms.html


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