Amamentar é mais que alimentar, é saúde para o bebê e a mãe

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Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher; Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gn, 1,27-31). Não poderia ser diferente com o único alimento capaz de ser produzido pela sua criação: o leite materno.  Muito se destaca sobre os benefícios do aleitamento materno para o bebê, mas a verdade é que isso traz impactos também na saúde da mulher. Neste artigo abordarei vantagens ao binômio mãe e filho.

A ocitocina é um dos hormônios responsáveis pelo nascimento do bebê e pela descida do leite durante a amamentação. Apelidado de “hormônio do amor”, é liberado a cada vez que o bebê suga o seio da mãe. Identificamos os primeiros benefícios já na sala de parto. Com esta produção de ocitocina a contração do útero acontece mais facilmente, evitando hemorragias pós-parto e conseqüentes anemias.

Durante o contato pele a pele com seu recém-nascido a mãe vive um “comportamento maternal reforçado”, pois ao amamentar, sente satisfação e aumenta seu vínculo com o filho. Enquanto o bebê mama, a mãe mantém contato visual com ele e o acaricia.

Durante o puerpério, os 42 dias após o parto, a mulher tem uma mudança incrível no seu corpo, por isso é comum o desânimo, a tristeza, além do cansaço pela dedicação e a mudança na rotina. Novamente o “hormônio do amor” atua prevenindo a depressão pós-parto, reduzindo o estresse e a pressão arterial.

Amamentar ajuda a voltar ao peso anterior à gestação. A queima de calorias chega a 500g por dia, o que corresponde a 1 hora de bicicleta. A amamentação reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e alguns tipos de câncer, como o de mama, ovário e útero. Melhora a mineralização óssea podendo interferir inclusive na velhice.

Algo que precisa de muita atenção e cuidado é a alimentação da mãe. A mulher que amamenta precisa ter uma alimentação equilibrada para ter a produção de leite em quantidade e qualidade adequada. Por isso, vegetais, carnes, miúdos e feijão são essenciais. Deve beber bastante líquido: mais de 3 litros de água, por dia! Isso ajuda a produzir o leite. Já, o que não deve ser consumido, são o café preto, chá mate, coca-cola, chocolate em excesso, bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas, nem tomar medicamentos sem receita médica.

O colostro é o nome dado ao leite produzido nos primeiros dias após o nascimento do bebê. Ele possui inúmeras defesas que são transmitidas da mãe ao seu filho, por isso também é chamado de “primeira vacina”.

O leite da mãe promove saúde ao seu bebê, estimula e fortalece a arcada dentária, previne alergias e diversas doenças no intestino e rins.

O leite materno é gratuito, é prático, tem tudo o que o bebê precisa até o sexto mês de vida.

Não podemos deixar de abordar esse assunto. Contudo, a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (International Baby Food Action Network – IBFAN), esclarece: “A transmissão de COVID-19 ativo (vírus que pode causar infecção) através do leite materno e da amamentação não foi detectada até o momento. Não há razão para evitar ou parar a amamentação”.

Vale lembrar que amamentar não é simples! Algumas mulheres não conseguem, e não por isso devem sentir-se menos importante na vida de seus filhos!

Por fim, o aleitamento materno é um direito da criança garantido pelo artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente. É dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. Os benefícios da amamentação são inúmeros, alguns foram abordados, mas poderíamos estender esse texto para muitas páginas. Constantemente a ciência está descobrindo e se maravilhando com esta Obra perfeita de Deus.

Dra. Camila Bassa de Oliveira Mondadori Médica Pediatra


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