A MATRIX IDEOLÓGICA ESTÁ LEVANDO A SOCIEDADE PARA O ABISMO
A MATRIX IDEOLÓGICA ESTÁ LEVANDO A SOCIEDADE PARA O ABISMO
No final dos anos 1990, o filme Matrix marcou uma geração inteira com a sua trama de ação unida a teorias complexas acerca do mundo. Uma nova versão foi exibida ano passado, contudo, fracassou em todos os aspectos. Esperar que os filmes de Holywood tenham uma moralidade sublime é querer demais, ainda mais nestes tempos, até porque, se notarmos a qualidade dos filmes que hoje são campões de bilheteria, é de se considerar que a maioria pretende apenas vender sensações momentâneas, aproveitando-se dos roteiros para “lacrar” via crítica social. Será que alguém, por exemplo consegue tirar alguma lição de vida ou inspiração ao assistir Velozes e Furiosos ou na última versão do Exterminador do Futuro?
Apesar de estar longe de ser uma lição e exemplo de moralidade, o filme Matrix, conseguia trazer em seu tempo, algumas questões que podem esclarecer a sociedade hodierna. O cerne da ficção é um mundo construído por máquinas, que escravizam os seres humanos através de um ambiente virtual e ilusório, sugando suas energias vitais, para manutenção de todo o sistema. Um grupo consegue se libertar desse mundo ilusório, angariando mais pessoas para organizar a resistência e libertar os seres humanos da escravidão das máquinas. Nisso aparece um jovem, Neo ou o “escolhido”, representado por Kenu Reeves, que é considerado uma “anomalia” do sistema produzida de tempos em tempos, apresentando algum sucesso inicial, mas suprimida tão logo ganhe forças para liderar a destruição, gerando um ciclo vicioso que nunca consegue derrubar a ordem estabelecida.
Não cabe aqui explicar todo o filme – aqui trataremos apenas da primeira produção exibida em 1999 – cada um pode por si mesmo procurar informações e tirar suas conclusões, contudo, é objeto deste artigo, fazer algumas incisões para apresentar paralelos com a realidade presente. Em que pese os defeitos do filme, especialmente o caráter gnóstico utilizado, é possível meditar acerca de algumas realidades, pois como já afirmara o grande Doutor Angélico “onde está a verdade aí está o Espírito Santo”.
Uma das cenas que chama a atenção, se dá logo quando Neo entra em contato com o grupo de resistência e vai para a mesa se alimentar com os mesmos. Uma “gororoba” com aspecto pouco atrativo é servida ao personagem, que é orientado a comer, pois se trata de alimento nutritivo e necessário ao corpo, e que os saborosos da Matrix, não passam de ilusão. De fato, os alimentos que hoje são vendidos pelas redes de fast food, não passam de sabores e sensações que além de fazer mal às pessoas, não possuem nutrientes suficientes para garantir a vida.
A maioria dos problemas de saúde do mundo estão relacionados à alimentação inadequada, isso em grande parte, é devido tanto à qualidade pobre dos alimentos rápidos, bem como à facilidade para o consumo, já que não exigem cozimento e um trabalho demasiado. A correria do dia a dia, não permite às pessoas se dar ao luxo de produzir suas refeições de forma saudável, quanto mais para os filhos, já que o tempo é muito precioso e precisa ser gasto com o trabalho, celular e séries de TV. Quantas famílias hoje, nessa sanha escravista dos eletrônicos, não se reúnem junto a mesa para uma refeição com uma mão no garfo e o celular na outra?
Tal como os alimentos ilusórios da Matrix, também é mentirosa a forma que se pretende viver. A função dos alimentos é garantir nutrição e a sobrevivência individual do ser humano, no entanto, quantos distúrbios causados pela busca incessante do prazer derivado da comida? O fim da relação sexual é sobrevivência da espécie como um todo pela geração da prole, e quantos, apenas por prazer, não fazem uso de métodos contraceptivos, com a ilusão de que serão felizes renunciando à consequência natural do ato sexual? Quantos problemas a sociedade não enfrenta através do divórcio, 4b0rt0, abandono de menores, homicídio entre casais, pedofilia, desvalorização da figura feminina e tantos outros, somente porque se busca unicamente o prazer no sexo.
Numa parte da trama, um dos personagens que pertence ao grupo da resistência, Cypher, realiza um plano individual de traição. Ele se encontra com um dos “guardas” da Matrix, promete matar seus pares e entregar o líder Morpheus, em troca de viver na ilusão da máquina, como um grande milionário, em outras palavras, ele prefere de forma consciente, passar para uma vida “boa” de forma ilusória e escrava, a continuar livre, mas com certo sofrimento.
Esta cena apresenta uma realidade muito interessante, quantos hoje preferem viver uma sexualidade depravada e irresponsável, pensando serem livres, vendo no matrimônio uma espécie de escravidão. Quantos destes não são responsáveis pela geração de grandes lucros à indústria da pornografia e da prostituição, pensando em “satisfazer” suas necessidades, mas por outro lado, vivem cheios de transtornos psíquicos, vazio, solidão e revolta, ou seja, verdadeiros escravos do sexo realizado de forma ilusória e distante do seu caráter natural. Quantos destes não combatem a pureza e a castidade como coisas ultrapassadas e até mesmo gostariam de ver cancelados, os que ainda defendem esses valores? Quantas mulheres ainda, por preferir uma vida “sem sofrimento” por exemplo, ao engravidar, recorrem ao 4b0rt0 por não querer sofrer, pensando serem “livres” da responsabilidade da maternidade?
Observa-se que durante todo o desenrolar do filme, a resistência é sempre suprimida pelos “agentes”. É possível fazer um paralelo certeiro com a cultura de cancelamento e censura das redes sociais, bem como as tentativas de impor a criminalização daqueles que propagam ideias que vão contra a “Matrix”. Na Espanha e na Irlanda por exemplo, é um crime rezar frente às clínicas de 4b0rto e já se pretende garantir por meio dos organismos internacionais, a censura do aconselhamento realizado pelos pró-vidas e até mesmo daqueles que pretendem ajudar os g@ys que querem sair dessa situação, por supostamente estarem a ferir os “direitos sexuais e reprodutivos”. Recentemente, o Canal Hipócritas, teve um vídeo retirado do ar, apenas por retratar, sem cenas, mas simplesmente por palavras, como acontece o 4b0rt0 de um bebê de 7 semanas.
As vítimas escravizadas no filme, vivem em suas bolhas, com seus dramas e alegrias, sem saber que estão sendo observadas e controladas. Muitos vivem hoje em suas bolhas ideológicas, sem ao menos saber que muitas de suas ideias e seu modo de viver, foram impostos de fora, graças ao trabalho desenvolvido por organizações milionárias, as quais através dos chamados think tanks, que moldam a visão de mundo acerca de diversos temas e censuram aqueles que tentam se levantar contra as suas ideologias. Essas organizações investiram grande gama de recursos procurando meios de controlar o comportamento humano através das ideias. O objetivo é fazer os seres humanos trabalharem e consumam até onde aguentarem, e caso não seja mais possível trabalhar ou suportar tudo isso, podem ter fácil acesso aos meios para se retirar deste mundo.
Não bastasse o perigo das ideologias que tentam envolver a humanidade, parece que ainda pretende-se entregar de vez à escravidão de um mundo ilusório. O Metaverso e os chamados “avatares”, visam introduzir as pessoas num mundo irreal, onde cada um possa viver o seu “sonho”. A tentação é tão grande que alguns já estão gastando dinheiro real para “adquirir” terras neste ambiente e já preferem perder mais tempo nestas plataformas, que na realidade. O absurdo chega ao ponto de existir até mesmo, “casamentos” e “processos de assédio” com ações e indenizações que requerem pagamentos no mundo real.
Parece loucura, mas já estamos vivendo essas realidades no tempo presente. Toda esta trama não aconteceu de um dia para outro, mas de forma gradativa, primeiro as ideologias, depois a tecnologia, que garante às nossas crianças – de pais negligentes, diga-se de passagem – horas e horas na frente das telas, bem como aos adultos, que passam de uma rede social para outra, de uma série para outra e assim por diante, buscando satisfazer suas sensações que nunca serão supridas. O homem é um ser que busca a verdade, busca um ideal, não se vive na mentira sem frustração. Não há outro remédio para este mal senão, voltar à realidade e esta somente pela verdade que dói e exige, mas é a única que liberta. Até quando seremos escravos ou deixaremos os nossos na servidão, vendo suas energias serem sugadas e sua mente adormecida na ilusão, apenas para satisfazer os interesses de outros que sequer sabem o nome?
Juliano Antonio Rodrigues Padilha – Economista, especialista em Finanças e Controladoria, e em Orçamento Público. Coordenador do Núcleo de Estudos e Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada