Após ser violentada, mulher desiste do aborto

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“Nesse dia, eu não sei quem me deu alguma coisa, colocou alguma coisa na minha bebida, que eu nem cheguei a beber bastante. Tomei um copo e aquele copo bastou. Não lembro de mais nada.

Eu acordei, eu estava num quarto com um pouco de dor assim, um desconforto. Acordei já era outro dia às 7 horas da manhã. Ou seja, apaguei por horas. Perguntei pra minha amiga quem tinha me levado pro quarto e ela não tinha visto nada, ninguém viu nada. Eu me senti meio traumatizada.

Fui pra casa e depois de duas semanas comecei a enjoar. Pensei: ‘É só o que me faltava’. Naquele dia eu já tinha vomitado umas três vezes e pensava, ‘nossa, eu não acredito.’

Comprei o teste de farmácia. Estava grávida mesmo. Eu estava grávida e nem de homem eu gosto. Sou lésbica. Não sabia o que fazer.

Se eu falasse para meus pais, eles iam querer ficar com a criança. Eu naquele momento eu não queria. Não que o bebê tivesse culpa, ou eu alguma raiva dela. Porque se ela nascesse, não ia descontar na criança o que aconteceu comigo. Ela não tem culpa do pai que tem. Não queria abortar por olhar para ela e lembrar do que aconteceu. Era só por eu não querer naquele momento. Algo assim: eu quero o filho, mas não agora, tenho coisas para fazer, ia atrapalhar tudo.

Comecei a procurar nos sites, desde o começo da gravidez. Um dia encontrei a Casa. Eu estava com sete meses e sempre usei roupas largas. Sou filha única, ninguém da minha família sabe que engravidei. Antes disso, entrei na internet e tentei achar alguém que quisesse uma criança. Tinha meio que desistido de abortar. Na verdade, sabia que não ia conseguir abortar. Vou achar alguém que fique com a criança e dê o amor que ela merece. Não que eu não seja uma pessoa amorosa, só que naquele momento eu não queria filho.

Desisti de falar com o casal que queria adotar a criança. Fui conversando com as meninas da Casa Pró-Vida. Como sofri a gravidez inteira, porque só eu sabia. Conversando com elas (as atendentes da Casa), vi a saída, foi a salvação. Minha mãe é minha melhor amiga. Foi muito difícil esconder. Conversando com elas, segui mais aliviada. Depois de meses sem descansar, eu dormi mais tranquila. E marquei com a médica da Casa.

Todos esses meses, nunca fiz nada na barriga. Tem gente que bate na barriga. Eu só não queria ter, mas cuidava. Comia muita fruta, tomei vitamina, por mais que eu não quisesse, estava pensando no bem da criança. Tenho uma namorada e ela também não sabia. Eu nem chegava perto dela direito. Ela começou a estranhar.

Teve um dia em que comecei a sentir muita dor. Liguei para Pró-Vida, saí escondida da minha mãe. Fui para maternidade uma da manhã. Às 6h30 meu bebê nasceu de parto normal. Foi um alívio, peguei, ela era bonitinha. Foi uma sensação gostosa de ter deixado ela nascer, por não ter feito nada de errado, como ter evitado dela ter uma vida. Nem sei explicar a felicidade. Nasceu perfeitinha.

Fiquei um dia na maternidade. Antes de sair, fui visitar minha filha. Conversei com ela. Falei assim: ‘A mãe vai ter que deixar você aqui. Mas hoje ou amanhã vem uma família pegar você. ’ Saí de lá aliviada.

Fui à juíza explicar o que aconteceu, por que queria colocar para adoção. Estava com o advogado da casa. Até hoje a casa me acompanha. O pessoal aqui pensa na criança e na mãe. E quanta gente quer um filho e não pode ter. É uma vida, não um objeto.

Aprendi muito com essa experiência. Antes eu até pensava: ‘Ah, mas a mulher, o corpo é dela. Por que não pode fazer isso?’ Agora penso que se ela não quer cuidar tem quem cuide. Não me arrependi de entregar pra adoção.

Acho que não vale a pena abortar mesmo sendo violentada. O sofrimento é muito grande. Eu até fui com a casa atender outra menina que passava pelo mesmo caso. Eu conversei com ela. Disse: ‘Sei que você deve estar pensando a mesma coisa que eu, quem somos nós para falar para você ficar, para ter o bebê. Só que nós queremos ajudar, porque se você abortar, pode dar uma complicação, vai matar a criança, é um conjunto. Eles (a casa) não querem só que a criança nasça. Querem cuidar de você e da criança, para que todas fiquem bem. Contei toda minha história. E ela aceitou ficar com a criança.’”

Testemunho concedido à Casa Pró-Vida Mãe Imaculada

Entrevista: Marcia Elizandra Faustino


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