AS DUAS RAZÕES DE ALMEIDA

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AS DUAS RAZÕES DE ALMEIDA

Na última quinta-feira (27 de Abril) o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticava e cobrava explicações do atual governo acerca da saída do Brasil da aliança internacional contra o aborto, e da conivência tácita com governos conhecidamente violadores dos direitos humanos, principalmente Nicarágua, sobre quem pesa uma declaração internacional de 55 signatários condenando os abusos de Daniel Ortega, que o governo Lula não quis assinar.

Ao fim da fala, se dirigiu ao ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, tentando lhe entregar uma réplica de um feto de 11 semanas, tentando enfatizar e conscientizar que nessa idade o indivíduo tem forma humana acabada. O que surpreendeu foi a reação do ministro; suas palavras foram: “Eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora, eu sei muito bem o que significa isso, isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente. Isso, para mim, com todo o respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério”. O observador inocente poderia se questionar: “como o governo que escolheu ficar em silêncio diante da condenação que 55 países civilizados emitiram contra Daniel Ortega pode agora tão prontamente dizer que “repudia profundamente” uma esculturazinha de um bebezinho?”.

A solução, perplexo leitor, é simples: como todo caráter arruinado as razões do ministro são duas, uma para dentro, outra para fora. Por dentro, se viu desmascarado e desarmado pela atitude de Girão, que o punha frente a frente com a vítima de seus esforços contínuos. Por fora, percebeu que era hora de mostrar a carteirinha do partido, que seria uma humilhação qualquer tentativa de contemporizar, e que, já que corria o risco de ser tido por agressor, melhor era acusar Girão disso mesmo, dando à resposta ares de senhora indignada. A razão de dentro, mais próxima da verdade, forneceu até um detalhe carismático, e disse: “Em nome da minha filha que vai nascer…”; e a razão de fora completou: “…eu me recuso a receber…”. É essa atuação de duas razões numa mesma frase que lhe confunde, perplexo e inocente leitor. Você a poderá ver multiplicada em grande cópia na boca fácil do ministro e seus aliados no poder, e de seus capachos na mídia convencional.


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