Jornalistas de Esquerda e de Direita erram ao comentar as últimas declarações do Papa

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No último dia 26, num famoso programa de debates e entrevistas denominado The Morning Show, tratou-se da recente declaração do Papa Francisco sobre os pais, e suas atitudes em relação aos filhos homossexuais. Apesar do programa apresentar um bom debate entre concepções divergentes acerca de inúmeros assuntos, algo tão carente e necessário para estes tenebrosos tempos de censura, erra ao tratar de um assunto sensível e importante à moral, com debatedores que tem um nível paupérrimo de conhecimento sobre o assunto, especialmente quando se trata da questão, inserida na fé católica. Pretende-se com este artigo, desmontar as falácias proferidas e esclarecer o sentido da polêmica declaração do Papa.

O debate começou com a declaração de um pastor protestante que afirmou não ser possível conciliar cristianismo com as ideias da esquerda. No desenrolar dessa questão, o mediador apresentou a recente declaração do Papa sobre o assunto destacado anteriormente e pediu a opinião dos presentes. O comentador, que se diz de direita, afirmou que a Igreja segue a Bíblia, a qual diz que Deus criou homem e mulher. É fato esta importante afirmação bíblica.  Lembramos ainda que a fé católica diverge da protestante já que esta última sim, devido ao seu dogma da Sola Scriptura, considera a Sagrada Escritura como única regra de fé. Para o católico, a Igreja segue a Bíblia, mas também a Tradição e o seu Magistério que lhe ajudam a manter uma doutrina coesa sobre fé e moral ao longo do séculos.

Em moral, a Igreja se norteia também pela razão natural. A razão natural demonstra que somente numa relação homem e mulher, dado que a estrutura de seus corpos assim o denotam, os esposos são capazes de cumprir plenamente com a finalidade do ato conjugal. Uma relação entre dois homens ou duas mulheres acontece com a introdução do genital em lugar não natural ou através da masturbação mútua, que pela sua própria natureza, não é capaz de gerar uma nova vida. A Escritura vem relevar, através do discernimento do escritor sagrado, que a razão para as coisas serem assim, é que Deus o fez.

Uma das debatedoras da esquerda comete graves erros ao disparar uma série de falácias muito batidas, dignas de uma verdadeira negação histórica, não comprovadas contra a Igreja, sobre as quais nem teríamos espaço para tratar neste artigo. Ela acusa então o excesso “moralista” da Igreja em condenar o uso da contracepção artificial, sem levar em conta a disseminação da AIDS, levando o público leigo a considerar que a camisinha por exemplo, preveniria a doença. Nada de mais falacioso! A Igreja é a instituição que detém um grande número de centro para acolhimento de pessoas portadoras de AIDS, sem falar que estes métodos não são capazes de deter a doença, basta ver como apesar da exortação da Igreja contra os meios artificiais de contracepção, muitas pessoas ainda se contaminam pela doença. Piorou a situação ao declarar que é “católica” e favorável ao aborto, realmente, duas vertentes impossíveis de conciliar, seria o mesmo que afirmar, “sou católico e a favor do adultério, ou do homicídio”.

Depois, foi a vez da comentarista cubana que afirma ser de direita, dizer que é muito triste a vida de quem tem tendência à atração pelo mesmo sexo, porque a pessoa não escolheu isso, como se o indivíduo, invariavelmente não tivesse outra saída que não aceitar seu destino. Perceba que nenhum dos presentes fala em tomar a cruz, ensinamento precípuo de Cristo. A Igreja jamais despreza as pessoas que tem essa tendência, elas devem ser acolhidas, contudo, não nega que estes atos são desordenados e que, portanto, o caminho é viver castamente. O mesmo para os casais católicos, a Igreja considera imorais as práticas como do sexo anal, masturbação mútua, sexo oral e etc.

Por fim, o mediador afirma que a igreja era boa no começo quando se vivia o “amor ao próximo”, como se a Igreja ao definir as questões morais acerca da sexualidade, não estivesse realmente interessada em esclarecer o significado autêntico do amor, que não é somente o prazer sexual, o que acaba por tornar as relações descartáveis como estamos vendo pelo aborto, divórcio, uniões entre pessoas do mesmo sexo. O outro comentador que é tratado como “neutro” diz que a fala do Papa, representaria uma suposta mudança de postura ou “evolução” da Igreja no assunto. O erro é não conhecer a estrutura da Igreja, a qual não se pauta por comentários distorcidos na mídia, mas por documentos oficiais, e que seria impossível ao Papa revogar uma questão de moral já definida há séculos pela Igreja. Um Papa, Bispo ou Padre, pode ter sua opinião, mas o que prevalece é o depósito da tradição, da qual a Igreja é meramente guardiã, não definidora. Este comentador tratou a Igreja inclusive como se fosse uma democracia, que define questões graves de moral por voto, uma equívoco sem igual.

Vamos agora à fala do pontífice: “A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que os ajude. Nunca condenar um filho”. Obviamente que não está se menosprezando a imoralidade das relações, mas que os pais tenham consciência de enfrentar essa situação com caridade, não expulsando os filhos, até porque estes podem correr o risco de procurar companhias ainda piores, que os coloquem em outros problemas como prostituição, drogadição ou até perigos de saúde, e assim, perder definitivamente os filhos. Vejam como um comentário mal interpretado leva tantos ao erro.

Algum dos presentes no programa se preocupou em pegar a catequese inteira do Papa para tentar descobrir o que o mesmo efetivamente disse? Percebam que os comentários ficaram girando apenas em torno de ataques e falácias, sem tratar do ponto principal da mensagem transmitida. A mensagem demonstra um conteúdo bastante abrangente tratando até mesmo daqueles casos em que os jovens na puberdade, apresentam alguma tendência devido à escola ou ao meio social, o que exige participação dos pais, até mesmo para destruir essas raízes, como seria a educação sexual nas escolas. A falta de conhecimento dos participantes trouxe mais confusão e no fim, perderam tempo, sem tratar do assunto principal da mensagem. Nos aprofundemos na doutrina para sempre estarmos prontos a dar razões de nossa fé (1 Pd 3,15) e esperamos que o programa leve futuramente um especialista em moral para tratar do tema com a verdade da fé e não com achismos.

Juliano Antonio Rodrigues Padilha – Economista, Especialista em Finanças, Controladoria e Orçamento Público – Coordenador do Núcleo de Estudo e Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada.


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