COVID E GESTAÇÃO

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Procuramos trazer nesta editoria informação sobre o COVID-19 e a sua relação gravidez. Como tudo é muito recente e não há estudos abrangentes e definitivos, fizemos um resumo de informações, principalmente advindas do Ministério da Saúde.

No Brasil o Ministério da Saúde, considera que as gestantes e as puérperas até o 14º dia após o parto, fazem parte do grupo de risco para a Covid. Em atenção a elas, elaborou o Manual de Recomendações para a Assistência à Gestante e Puérpera frente à Pandemia de Covid-19.[1]

Este manual diz: “Embora a maioria dos relatos em revistas específicas mostre que grande parte das gestantes apresentam quadros clínicos leves ou moderados e que 1 a 5% necessitam de suporte ventilatório e/ou cuidado sem unidade de terapia intensiva (UTI), com o aumento do número de caso sem diversos países e a análise dos casos ocorridos, foi verificado maior risco de complicações maternas principalmente no último trimestre da gravidez e no puerpério, inclusive com casos de morte materna (Rasmussenet al. 2020). Principalmente nos países em desenvolvimento, as razões de morte materna, neste período de pandemia, mostraram-se aumentadas(Hantoushzadeh et al. 2020)”.[2]

Transmissão

O Ministério da Saúde afirma que a transmissão direta da mãe para o bebê, via cordão umbilical pode acontecer, e que através da amamentação também é algo ainda incerto. Portanto indica:

  • Uso de máscara durante todo o tempo de amamentação, que deve ser trocada em caso de espirro,  tosse ou a cada nova mamada.
  • Higienização das mãos por pelo menos 20santes de pegar no recém-nascido ou de manipular mamadeiras e bombas de leite.
  • Evitar falar durante as mamadas.
  • Evitar que o bebê toque o rosto da mãe, boca, nariz, olhos e cabelos.
  • No caso da extração de leite, todo o equipamento deve ser limpo com água e sabão antes e após o uso.

Consequências

“As gestantes infectadas têm maior chance de hospitalização, admissão em unidade de terapia intensiva e ventilação mecânica. É possível que as alterações gravídicas afetem a resposta imunológica, entretanto ainda não se tem certeza”.[3]Observou-se nas gestantes infectadas pelo corona-vírus uma maior taxa de partos de prematuros (25 a 30%) e consequentemente, maior necessidade de cesariana.

Perigo para o bebê

Observou-se que 7 a 10% dos bebês cujas mães foram infectadas, tiveram o seu crescimento comprometido no ventre materno. Todavia a maior consequência para eles, foi o parto prematuro. Não há nenhuma comprovação científica de relato de mortes intrauterinas devido a Covid. De modo geral, “a maioria dos recém-nascidos de mães infectadas é assintomática”[4]. A indicação técnica do manual é que seja dada atenção maior ao crescimento fetal no caso das mães que contaminaram-se com a Covid.

Outras doenças

Assim como em outros grupos de risco, as gestantes portadoras de comorbidades sofrem mais com a Covid, sendo que as que morreram apresentavam quadro de obesidade, diabetes e doença cardiovascular.

Estudo com gestantes

Nos Estados Unidos, a COVID foi associada a um aumento de 25 vezes no risco de ventilação mecânica para gestantes, mas apenas 1,3% das mulheres com COVID foram intubadas.

Pesquisadores da Universidade de Washington observaram 240 mulheres grávidas com Covid-19 no estado de Washington entre março e junho de 2020. Dessas 24 foram hospitalizadas e 3 morreram. Ainda assim, quando falamos de números de mortes, devemos ter cuidado para não alimentar a cultura do medo. O número de gestantes que morreram, naquele estado, foi pouco mais de 1% do total e segundo o estudo, estas mulheres apresentavam doenças subjacentes.

[1] Para acessar o manual, acesse: https://www.ajog.org/article/S0002-9378(21)00033-8/pdf

[2] Brasil, Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para a Assistência À Gestante e Puérpera frente à Pandemia de Covid-19. Brasília, 2020.

[3]ibidem

[4]ibidem


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