ELE NÃO PESA, ELE É MEU IRMÃO
Há uma música bem antiga,mas muito conhecida. O nome é “He ain’t heavy, he is my brother”, escrita por Bobby Scott e Russel Bob e interpretada com sucesso pelo grupo The Hollies no final dos anos 60. A tradução pode ser “ele não é um peso, ele é meu irmão”. Conta-se que a inspiração a esta música está na seguinte história: certa noite em que caia uma neve muito intensa em Washington, alguém bateu à porta da sede de um orfanato. Ao abrir a porta, o padre se deparou com dois meninos cobertos de neve e parcamente vestidos. O maior trazia em suas costas o outro menino, mais novo. Condoído pela fome escancarada no rosto dos meninos, além do visível frio que sentiam, o padre os convidou a entrar, exclamando: “Ele deve ser muito pesado”.O menino que carregava o mais novo disse: “ele não pesa, ele é meu irmão”. Dizem que não eram irmãos de sangue, mas irmãos de rua, dividindo o sofrimento e o pouco que conseguiam para si.
Mas qual o motivo de se trazer essa letra aqui neste espaço? Esta música leva a pensar no amor como antídoto ao egoísmo, à falta de caridade e, por que não, ao desespero que condições adversas podem levar pessoas a cometerem atos que mais tarde geram arrependimentos.
Uma das situações que muito preocupa hoje em dia é a incapacidade de muitas pessoas refletirem ante a imensidão de informações que recebem a todo o momento, através das mídias sociais. A sociedade não consegue parar para raciocinar sobre os fatos da vida e a pressa em obter mais e mais informações, o receio de perder novidades e ficar defasado, mesmo que essas novidades tenham um valor muito superficial ou até mesmo de total insignificância, torna o raciocínio, a reflexão algo cada vez mais raro.
E esta ânsia em receber informações sem a devida cautela ou reflexão proporciona uma situação de extrema gravidade, quando a sociedade precisa assumir posições sobre a vida e a morte sem a devida informação, aceitando opiniões gritadas aos quatro ventos, geralmente por grupos que usam do alarde para mobilizar a opinião pública. Esta mesma opinião publica não necessariamente reflete o consenso coletivo baseado em reflexão sobre diferentes opiniões, mas sim a opinião gerada pelos “formadores de opinião”.
Os integrantes de uma mídia dominada por uma ideologia basicamente esquerdista, não disponibilizam espaço para opiniões contrárias ao seu pensamento, pois lhes seria desfavorável; desta forma, impedem que as pessoas possam utilizar informações e opiniões opostas sobre os temas sociais na formação de seus próprios conceitos.Os telejornais e as telenovelas produzidas por emissoras de TV, totalmente alinhadas com essa ideologia política, são mestres na inculcação nos seus telespectadores – grupo que compõe a grande maioria da população brasileira – das opiniões concebidas em suas cartilhas.
Os defensores do aborto costumam alegar que o feto com algumas semanas no seu processo de formação ainda não é um ser humano plenamente formado. O médico norte-americano John Bruchalski era abortista, pois defendia a tese do “pré-embrião” que procurava diferenciar os primeiros 14 dias de desenvolvimento do zigoto (célula resultante da fecundação) do resto da gestação. Até que ele encontrou o testemunho daquele que é considerado o pai da genética moderna,Jerome Lejeune, ficando impressionado com os seus conceitos. Depois disso o dr. Bruchalski passou a assumir a posição próvida e fundou o Tepeyac Family Centre, lugar que oferece uma acolhida segura para as mulheres que passam por dificuldades durante a gravidez.
Retornando então ao tema da música. Muitas mamães são levadas a pensar no aborto dos bebês que trazem em seu protegido ventre como solução ante o medo de não conseguir levar adiante aquela gestação e nem criar um (ou mais um) filho, ou ainda ante a reação de seus familiares ou companheiros (marido, namorado, etc). O medo, muitas vezes leva ao desespero e uma pessoa desesperada comete atos tristes e lamentáveis. Mas isso a grande mídia dominante não traz para o debate, favorecendo somente os que lançam os seus argumentos sórdidos contra a vida.
Mães, ele não é um fardo, ele é teu filho, tua filha.
Pedro Brandt – Núcleo de Estudo e Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada