O INSTITUTO DE MANIPULAÇÃO PSICOLÓGICA

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O INSTITUTO DE MANIPULAÇÃO PSICOLÓGICA
ou como formar escravos

“Uma revolução pedagógica baseada nos resultados da pesquisa psicopedagógica está em curso no mundo inteiro… Essa revolução pedagógica visa impor uma ‘ética’ voltada para criação de uma nova sociedade’ e a estabelecer uma sociedade intercultural… Trata-se de técnicas psicopedagógicas que se valem de métodos destinados a inculcar nos estudantes os ‘valores’, as atitudes e os comportamentos’ definidos de antemão.” (Pascal Bernadin, Maquiavel Pedagogo)

A educação foi sequestrada e em seu lugar uma grotesca farsa mundial vem minando, não apenas a inteligência, mas também a sanidade mental das crianças, buscando criar os adultos perfeitos para a sociedade planejada. A chamada Educação Nova (que já não é tão nova assim), com discursos de liberdade, igualdade e fraternidade, e a ajuda de fundações e organizações internacionais, tem dominado a educação no mundo todo, com o objetivo muito claro de produzir escravos para uma nova ordem mundial. Mas tudo isso está encoberto em um mar de mentiras, desinformação, manipulações e muito, mais muito dinheiro.

Este texto será, didaticamente, dividido em três partes para melhor compreensão. Primeiro, tentaremos esclarecer um pouco as coisas, da melhor forma que pudermos, apontando como isso começou. Segundo, falaremos quais são algumas das técnicas de manipulação psicológica que são praticadas nas escolas e, por fim, como a educação no Brasil, desde a década de 30, vem adotando a psicopedagogia.

Primeira Parte

A TRADIÇÃO QUE CIVILIZOU O MUNDO

A educação ocidental, desde Homero, tem dois objetivos: “…dizer bons discursos e grandes ações pôr em prática…”, como disse Fênix a seu aluno Aquiles (Ilíada, IX v. 443). Com o desenvolvimento da tradição, passando pelo período clássico greco-romano e o aperfeiçoamento cristão, essa fórmula poderia muito bem ser reescrita como: conhecer a verdade e fazer o bem.

Conhecer a Verdade – Nascemos nas trevas da ignorância e apenas através do exercício racional e voluntário podemos nos conduzir (DUCARE) para fora (EX) da caverna platônica, da prisão das ilusões e das sombras para o conhecimento real, para a iluminação, para a contemplação da verdade. Esse é o exato trabalho que a Educação (EX-DUCARE), no ocidente civilizado, desejou atingir nos homens. Fazer o Bem – Se, de fato, “verdade conhecida é verdade obedecida”, o conhecimento da verdade conduz-nos a Fazer o Bem. Ao libertar-se das trevas da ignorância, o homem liberta-se também das trevas dos vícios, das imoderações, das animalidades, das paixões descontroladas etc. E assim, governado pela razão, pode chegar à finalidade última do ser humano, a saber: a felicidade.

Resumidamente, grosso modo, essa é a base da cultura ocidental e a base da educação até o século XVIII.
Houve uma grande mudança nessa base quando a Felicidade foi desassociada do conhecer a verdade e fazer o bem, para associar-se à riqueza material, ou seja, quando o ganhar dinheiro, consumir coisas, possuir bens materiais tornou-se a finalidade da vida humana. Isso aconteceu quando o Poder Econômico, principalmente os bancos, perceberam que a Revolução Industrial e Tecnológica era uma mina de ouro sem igual. Sem tempo ou espaço para discorrer, podemos minimamente esquematizar a questão da seguinte forma: dando enormes quantidades de dinheiro para o desenvolvimento industrial, o “proto-metacapitalista” produziu uma cascata de mudanças sociais alterando a antiga ordem dos bens. Enquanto os indivíduos de maior inventividade tornavam-se empresários, os demais tornavam-se proletários. Aqueles tomavam empréstimos sob juros, ampliavam suas operações e contratavam mais trabalhadores; estes, com a promessa de vida nova, abandonavam a área rural, concentravam-se nos subúrbios dos grandes burgos industriais e trabalhavam exaustivamente. Os primeiros, oprimidos pelos bancos, os segundos oprimidos pelos primeiros. Tanto na indústria quanto nas cidades, não havia espaço para a verdade, para o bem, para os valores, para os credos etc; inclusive, isso seria um empecilho: trabalhar e residir eram as únicas condições necessárias para bons empregados e bons cidadãos. Logo, havendo todo o tipo de gente, apenas dois eram os requisitos: habilidades e competência para trabalhar com eficiência e a convivência socialmente pacífica com os diferentes: a tolerância, a cidadania.

Os sucessos econômicos e tecnológicos foram indiscutíveis, como mostram os gráficos de aumento de riqueza no mundo. Porém, não foi perfeito. Não era fácil suprimir a moral, a fé e as tradições apenas oferecendo um bom emprego e dinheiro. Não dava para ignorar o fator humano: sua inteligência, sua vontade, seu senso de transcendência etc. Logo, era preciso sofisticar os meios e distorcer a natureza das coisas. O comunismo de Marx deu o primeiro passo para a transformação: incitando a luta entre burgueses e proletários, criou uma nova cultura advinda dessa igualdade do subúrbio e das relações de trabalho. Sem perceber que, enquanto lutavam entre si, os verdadeiros poderosos tiravam proveito, fortaleceram e adaptaram a nova cultura ao propósito da escravidão voluntária. O filme “O Jovem Karl Marx” de 2017, apesar de todo o proselitismo, mostra bem como Marx atuou fortemente para criar e prosperar essa nova cultura: uma solução moderna para um problema moderno que, como sempre, só agravou o problema.

ESCRAVOS VOLUNTÁRIOS

“Uma das mais atuais providências dos bárbaros consiste em lutar contra a inteligência, inclusive usando a própria inteligência, por julgá-la como o mais legítimo sinal do civilizado, do homem culto.” Mário Ferreira dos Santos inicia assim o primeiro capítulo da sua obra “A Invasão Vertical dos Bárbaros”. Nada mais propício, pois foram os esforços dos filósofos, sociólogos e cientistas contemporâneos os responsáveis por produzir os meios de criar escravos voluntários. Sendo seu principal instrumento a educação.

O segundo passo que podemos assinalar começou na Alemanha (onde a inteligência e a inventividade só encontram paralelos com a capacidade de produzir malucos), na cidade Leipzig, o fisiologista Wilhelm Maximilian Wund, intitulado pai da psicologia moderna, fundou e disseminou por todo Ocidente a psicologia experimental: abordagem materialista/cientificista da psicologia. Wundt, abandonando as questões filosóficas da psicologia, negou, não só a existência da alma humana, mas até mesmo a capacidade humana de autodeterminação. No livro A Conexão de Leipzig, Paolo Lionni afirma o seguinte: “Para Wundt, uma coisa só faria sentido e seria digna de uma pesquisa séria se pudesse ser medida, quantificada e demonstrada cientificamente. Ao ver que seria impossível fazer isso com a alma humana, propôs que a psicologia lidasse apenas com dados da experiência… Ele estava convencido de que percepções e experiências poderiam ser entendidas através das reações fisiológicas mensuráveis… Wundt buscou provar que o homem é a soma de suas experiências, dos estímulos introduzidos em sua consciência e em seu subconsciente… definiu a nova psicologia como o estudo do cérebro e do sistema nervoso.” Ao reduzir a psicologia humana ao cérebro e sistema nervoso, pode redefinir o aprendizado como: o “resultado da maleabilidade dos caminhos de condução neuronal…” e asseverando que “a fórmula situação-resposta é adequada a todos os tipos de aprendizagem e os verdadeiros fatores que os determinam são a desenvoltura dos neurônios, a sequência temporal, a permanência e as consequências satisfatórias”. “Para o psicólogo experimental”, portanto, “a educação tornou-se o processo de exposição do estudante às experiências significativas, a fim de assegurar as reações desejadas”. Essa era a solução mais que esperada pela “Nova Ordem Mundial” que estava se formando pois, “Se assumirmos”, como fez Wundt, “que não há princípio algum além do corpo, do cérebro e do sistema nervoso, será forçoso tentarmos educar pela indução de sensações neste sistema nervoso… Já não se considera que a criança seja capaz de um controle volitivo sobre suas ações… considera-se que suas ações são pré-condicionadas e estão além do seu controle, pois ela é um mecanismo de estímulo e resposta… A tese de Wundt estabeleceu as bases filosóficas e os princípios (…) para as escolas voltadas antes à socialização da criança do que ao desenvolvimento da inteligência”. (A parte acima é apenas uma organização das frases do livro supracitado)

Como a carniça atrai urubus e o esterco atrai moscas, as ideias de Wundt atraiu estudantes de toda a Europa e da América. Um deles foi o americano G. Stanley Hall que, ao voltar para seu país de origem, uniu-se à Universidade de Jonhs Hopkins em Baltimore. Universidade que foi local da graduação do jovem John Dewey, que “passou um ano estudando sob a direção de Hall, além de ter recebido seu doutorado pela Johns Hopkins no ano 1884”.
John Dewey talvez seja o mais famoso “filósofo” da educação americana, e talvez suas ideias sejam as que mais tiveram influência na mudança pedagógica que vivenciamos no Brasil desde o início do século XX. Contudo, ao citarmos Dewey, não nos esquecemos de outros psicopedagogos de importância singular para o desenvolvimento dessa nova educação, tais como Skinner, Piaget, Vygotsky, Paulo Freire etc. Por ora, vejamos o que é educação nas palavras do próprio Dewey: “A educação consiste na habilidade de usar a força do homem com certos fins sociais, ou mesmo na habilidade de compartilhar as experiências de outros e, assim, expandir a consciência do indivíduo às dimensões da consciência da raça. O problema último de toda a educação é coordenar os fatores psicológicos e sociais […] Tal coordenação exige […] que a criança seja capaz de expressar-se, mas de forma a atingir fins sociais.” (grifos meus)

Mas quais “fins sociais” se quer atingir? Pascal Bernadin no livro Maquiavel Pedagogo nos revela qual fim os principais organismos internacionais querem atingir: “impor uma ÉTICA voltada para criação de uma nova sociedade… A nova ética não é outra coisa senão uma sofisticada reapresentação da utopia comunista… A partir de uma mudança de valores, de uma modificação da cultura, pretende-se levar a cabo a revolução pedagógica e, ulteriormente, a revolução social”. Ou seja, com fins sociais, a nova ordem mundial objetiva o fim da sociedade ocidental. E para atingir esse fim, a revolução social, além do dinheiro dos Metacapitalistas, possui outra vantagem inestimável, a saber: a escola estatal, laica e obrigatória. Já que os principais postos das instituições educacionais, tanto nacional quanto internacional, estão preenchidos por pedagogos com pretensões a engenheiros sociais, a revolução psicopedagógica pode utilizar as técnicas de manipulação psicopedagógicas tranquilamente, promovendo a lavagem cerebral de crianças, adolescentes e jovens para torná-los dignos de serem escravos voluntários, aumentando as correntes que os prendem às trevas da ignorância na qual nasceram.
Quais seriam essas técnicas de manipulação e como o nosso país está empenhado nesta revolução serão temas do nosso próximo artigo. Por ora, deixo-vos com uma citação do ex Ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato Souza, em seu livro A Revolução Gerenciada (título deveras sugestivo):

“Vivemos hoje na chamada Sociedade de Conhecimento, produto de uma revolução científica e tecnológica sem precedentes na história. O CONHECIMENTO TORNA-SE OBSOLETO a cada cinco ou dez anos”. Assim sendo, os “objetivos da educação básica” devem ser “a universalização do acesso e estruturar-se para ensinar e aprender, mais do que transmitir conhecimento. Em outras palavras, desenvolver em todas as pessoas as habilidades e competências para aprender, raciocinar, criticar”. (grifos meus)


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