IMPORTÂNCIA DO VOTO CONSCIENTE
Em 2005, antes do concílio em que ele seria eleito Papa Bento XVI, o Cardeal Ratzinger proferiu uma homilia que deveria ser lida por todos os cristãos e pessoas de boa vontade, ficando conhecida como “Ditadura do Relativismo” [1]. Nela ele comenta sobre as ondas do relativismo que atingem a humanidade, onde o interesse pessoal está acima do interesse coletivo. Isto é pernicioso, uma vez que contradiz os valores cristãos e sua fé.
Fazendo um paralelo com a natureza, visualize-se a imagem de uma criança que pela primeira vez entra em contato com o mar. A sua primeira reação é de susto e provavelmente de rejeição. Mas aos poucos, com a insistência dos pais e o exemplo das crianças maiores, vai se acostumando e fica até mesmo sujeita a não perceber os riscos inerentes àquela brincadeira.
Voltando às ondas que o cardeal citava em sua homilia, percebemos que as agendas dos organismos internacionais favoráveis ao aborto são como pequenas ondas que fazem a sociedade se acostumar aos poucos. Como?
1º) Estupro é uma coisa horrorosa: então a sociedade pode apoiar o aborto nestes casos;
2º) Má formação do feto: “por que deixar o pobrezinho sofrer”? Mais um passo conquistado;
3º) Se a mulher não quer manter a gestação, seja qual for o motivo, ela tem o direito de interrompê-la, “desde que não tenha completado ainda X semanas”… a diferença é que a cada época o número X de semanas vai aumentando, até chegar onde a França chegou, ou seja, 9 meses de gestação.
As eleições municipais estão chegando e, em dois anos, novamente as estaduais e federais. É urgente que os cristãos e demais cidadãos de boa vontade se conscientizem de que a vida começa na concepção, não semanas depois, e o aborto não pode ser aceito em momento algum, seja por qual motivo. Assim, é preciso se criar o hábito de descobrir a opinião dos candidatos em quem se tem intenção de votar sobre este tema e outros relacionados à moral cristã. Não se pode agir como aquela criança inocente que vai se acostumando com as ondas, aparentemente inofensivas, mas que podem levar a um mar profundo de onde não tem mais volta.
[1] http://www.vatican.va/gpII/documents/homily-pro-eligendo-pontifice_20050418_po.html