Os desafios dos países que envelhecem. Itália e Espanha, a farsa do progresso humano

5 Comentários
118 Visualizações

Os desafios dos países que envelhecem. Itália e Espanha, a farsa do progresso humano.

Em um mundo em constante mudança, o envelhecimento da população e o
declínio da taxa de natalidade permanecem como questões pertinentes em muitos
países. Com pilares tradicionais da sociedade cada vez mais pressionados, essa
tendência apresenta desafios significativos para a sustentabilidade econômica, social e
cultural da nação enquanto parecem uma conquista do progresso humano em termos
de qualidade de vida e saúde.

Com uma população cada vez mais idosa e uma taxa de natalidade em queda,
as bases sociais e econômicas começam a desgastar lentamente. A diminuição de
pessoas em idade ativa em relação a idosas resulta em um fardo crescente para os
sistemas de saúde e segurança social além de efeito negativo na economia do país,
gerando redução da produtividade, inovação e declínio de crescimento econômico.
Além dos desafios econômicos, há implicações sociais e culturais, igualmente
significativas. Com menos jovens ingressando na sociedade, instituições como escolas
e universidades podem enfrentar dificuldades para se sustentar. A vitalidade de uma
cultura é frequentemente medida pela sua capacidade de se renovar e se regenerar
através das gerações, a coesão social de partilha de objetivos, ações, ideias e crenças
é ameaçada e os valores e tradições associados à família e à comunidade podem
começar a se desintegrar, desestruturando o tecido tradicional de uma nação.

Embora com rica herança religiosa, e cidadãos em sua maioria intitulados
Católicos, a Espanha e Itália ingressaram, recentemente, no grupo de países com uma
das taxas de natalidade mais baixas do mundo. Mesmo sendo pilares da fé católica,
onde a influência da Igreja se estendeu por séculos e, embora a religião seja uma voz
de estabilidade, valores familiares e dignidade humana, os países enfrentam crises
demográficas severas devido a uma era moderna e globalizada, onde as pessoas estão
cada vez mais focadas em suas carreiras, educação e estilo de vida, prioridades
competitivas que levam a postergação da formação de famílias ou decisão de ter menos
filhos.

Com mais opções disponíveis para a contracepção, as famílias têm mais
tentação para determinar o tamanho de sua prole, independentemente das influências
religiosas, e colabora ainda para mais promiscuidade e degradação sexual, priorizando a exploração de
relacionamentos íntimos imoderados e uma variedade de arranjos familiares, incluindo
casais sem filhos, famílias monoparentais, famílias recompostas e casais do mesmo
sexo.

Diante dessa crise demográfica, a Igreja Católica surge como estabilidade e
esperança, com seu antigo compromisso aos valores familiares e dignidade humana,
de desempenhar um papel crucial na formação moral e espiritual da sociedade,
enfatizando a importância da família como o fundamento da sociedade e da cultura. Ao
educar os fiéis sobre os valores do casamento, harmonia conjugal, paternidade
responsável e do respeito à vida, buscando fortalecer os alicerces da comunidade e
promover uma cultura de acolhimento e generosidade.

É fundamental para uma sociedade saudável e sustentável que haja um
equilíbrio entre as necessidades individuais e o bem-estar coletivo. São inúmeros os
comentários deixados em redes sociais e plataformas de vídeos on-line, baseados em
estereótipos negativos sobre a criação de filhos. Embora seja compreensível que as
pessoas possam expressar preocupações legítimas sobre os desafios e
responsabilidades associados à parentalidade, como o custo financeiro, a educação dos
filhos e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, essas afirmações refletem uma
mentalidade que valoriza o conforto e a conveniência imediata em detrimento das
responsabilidades e dos desafios associados à criação.

O fato é que, a Itália e a Espanha, bem como o restante da população mundial,
vivem com uma bomba demográfica, prestes a explodir, que gerará sobrecarga no
sistema onde as consequências abrangem áreas que vão muito além da demografia,
afetando aspectos econômicos, culturais, principalmente sociais e religiosos da
sociedade, afinal, como poderíamos encontrar significado e propósito em uma
sociedade que não investe, sequer, na próxima geração?

 

Por: Maria Eloiza Jordana Moises – Colaboradora do Núcleo de Estudos e
Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada.

Referências.

Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, «Envelhecimento populacional e políticas
públicas : desafios para o Brasil no século XXI», Espaço e Economia [Online], 8 | 2016,
posto online no dia 23 setembro 2016, consultado o 14 março 2024. URL:
http://journals.openedition.org/espacoeconomia/2140; DOI:
https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.2140
CECCON, Mariana. Itália, Coreia do Sul e Japão: com baixa natalidade,
países correm risco de “desaparecer”. 2023. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/italia-coreia-do-sul-e-japao-com-baixanatalidade-paises-correm-risco-de-desaparecer/. Acesso em: 15 mar. 2024.
ESPANHA com número mais baixo de nascimentos desde que há registo. 2024.
Disponível em: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2506190/espanha-comnumero-mais-baixo-de-nascimentos-desde-que-ha-registo. Acesso em: 15 mar. 2024.
ESPANHA Taxa de Natalidade. 2021. The Global Economy. Disponível em:
https://pt.theglobaleconomy.com/Spain/birth_rate/. Acesso em: 14 mar. 2024.
NADEAU, Barbie Latza; DONATO, Valentina di; MORTENSEN, Antonia. Queda
da taxa de natalidade preocupa a Itália. 2023. Disponível em:
https://edition.cnn.com/2023/05/17/europe/italy-record-low-birth-rate-intlcmd/index.html. Acesso em: 15 mar. 2024.


Deixe seu comentário