“Após a morte há Vida”- Confira a entrevista com o Pe. Silvio Roberto, MIC
A Igreja Católica nos ensina o valor da Vida humana que vai além desta vida terrena. O livro escrito pelo Padre Silvio Roberto, MIC, diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada “Após a morte há Vida” esclarece alguns pontos em relação a morte e a eternidade da Vida. Confira a entrevista com o nosso diretor!
CASA MI: Padre, na sociedade de hoje podemos dizer que existe uma cultura do descartável, onde tudo é passageiro, tudo se descarta. Perdermos o olhar da eternidade. Qual o impacto desse pensamento, já que sim, existe uma vida após a morte?
Pe: Realmente tal cultura existe e o impacto é muito ruim. Muitas pessoas não fazem a dissociação entre o descarte de objetos, em si normal (ex.: desfazer-me de uma meia furada, já muito usada) e o descarte de pessoas: abandonar a esposa porque ela contraiu uma enfermidade que limita seus movimentos. O pensamento de fundo, para este modo de agir, é o de aproveitar ao máximo a vida, pois “amanhã morreremos” e nada mais resta. Um pensamento materialista ateu.
Casa MI: Por que as pessoas e até mesmo as pessoas cristãs têm medo da morte?
Pe: Os motivos são diversos, mas basicamente pela ignorância, ou seja, teme-se aquilo que não se conhece (muitos cristãos, infelizmente, não sabem o que lhes espera após a morte) ou teme-se por não estar em paz, em situação de pecado e sabe-se que vai precisar prestar contas a Deus. Por fim, há o medo de natureza psíquica, ou seja, oriundo de traumas, que precisam ser curados.
Casa MI: Quando percebemos que nossa vida é eterna, podemos dar maior importância a ela. O que a Igreja nos diz sobre o valor da Vida humana?
Pe: A Igreja nos ensina que a vida humana tem uma dignidade própria, diferente e acima de todo o criado. E o porquê disto é pelo fato que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, tendo sido criado especialmente por Ele (cf. Gn 1, 26ss)
Casa MI: Algumas pessoas podem confundir o conceito de vida eterna com a crença do espiritismo. Em linhas gerais, quais as diferenças?
Pe:As diferenças são muitas, mas as principais são: o espiritismo prega que há reencarnação, quando, na verdade, vivemos somente uma vez neste mundo, depois vem a morte e nosso julgamento diante de Deus (cf Heb 9,27); o espiritismo nega o valor salvífico da morte de Cristo, que é o pior de todos os pecados. Jesus Cristo veio ao mundo “para destruir as obras do Diabo.” (cf. I Jo 3,8) Ao morrer na cruz, Ele pagou o preço dos nossos pecados. Não há outro meio dos homens serem perdoados e salvos, a não ser pela morte de Cristo, que deve ser aceita por cada um em sua vida. Ora, o espiritismo literalmente diz que cada um, por meio de várias reencarnações, salva-se a si mesmo.
Casa MI: Qual a importância de falar sobre a eternidade da Vida? Quais as motivações para o senhor querer colocar num livro?
Pe: Esta temática da vida eterna sempre me cativou e, sendo assim, foi com grande entusiasmo que escrevi este livro. Minha motivação maior é levar as pessoas ao conhecimento desta verdade central da nossa fé, para que, conhecendo, amemos. Nestes dias ouvi de um casal, ex-protestantes e umbandistas, que, ao se depararem com a verdade na Igreja Católica, ficaram muito tocados e hoje buscam ainda mais viverem a sua fé. Este livro mostra ao católico o grande dom que Deus tem para nós. Tira dúvidas e, com isso, também medos, pois as verdades sobre a vida eterna acalmam e dão segurança aos nossos corações. Muitos tentam viver uma vida sem Deus e, por isso, estão desesperados. Nós queremos conhecer seus planos para nós, para termos paz.
Casa MI: Qual a relação do trabalho da Casa Pró-Vida MI que está ligado ao nascimento, ao início da vida, com o que é tratado no livro (a morte, a vida eterna)?
Pe: A relação é total e gira em torno da palavra VIDA. Se conhecemos Deus, se O amamos e sabemos que Ele tem para nós a vida eterna, passamos não somente a viver com o foco nesta vida eterna, mas, também, valorizando a nossa vida neste mundo; a nossa e a de todos os demais filhos de Deus. Ao contrário, se não temos esperança, podemos viver uma vida medíocre, que vê o outro como possível objeto de descarte.
Entrevista por: Marcia Elizandra Faustino