Imperialismo e controle populacional: o obscuro lado racista do movimento feminista

5 Comentários
3627 Visualizações

“No século passado, todo mundo se escandalizava com o que os nazistas faziam pela pureza da raça, porém, hoje fazemos o mesmo com as luvas brancas”

Papa Francisco

Há pouco mais de um ano, o mundo ocidental assistia atônito ao ingresso de mais um país na lista dos liberais em questão de aborto. A Irlanda, uma nação de significativa população cristã, comemorava de uma forma jamais vista a possibilidade das mães recorrerem ao aborto e, assim, eliminar a vida de seus filhos inocentes sem punição. Os mais atentos poderiam se perguntar: como foi que chegamos a esse nível? A partir de quando nos tornamos seres tão frios? Como alguém comemora a possibilidade de um homicídio, ainda mais se tratando do próprio filho? O presente artigo pretende ilustrar um pouco a evolução e o estado das coisas (no entanto, sem o esgotar), revelando o cerne dessa drástica mudança em termos de costumes que permeiam neste momento o mundo ocidental e sua origem no movimento feminista.

Ao contrário do que se imagina, a sanha de muitos homens em estabelecer a hegemonia de uma raça superior não foi exclusiva do nazismo. Antes mesmo da Segunda Guerra, movimentos hoje considerados “libertadores”, já tinham suas raízes maculadas pela discriminação e opressão de grupos. A feminista Margareth Sanger – que na primeira metade do século XX ajudou a fundar a International Planned Parenthood Federation (IPPF), considerada a principal provedora privada de abortos atualmente – tornou-se um dos maiores nomes do movimento eugenista/racista. Em 1916, lança sua famosa e polêmica obra “O Pivô da Civilização”, a qual ficou mundialmente reconhecida pelo seu teor racista. A autora chega ao ponto de criticar até mesmo a filantropia, considerando-a como maléfica aos necessitados, uma vez que dava a estes a possibilidade de gozar de boas condições de saúde e alimentação; providos de tantos cuidados, os mais pobres poderiam se reproduzir, quando na verdade deveriam ser exterminados [1].

Embora inicialmente coberta de boas intenções, mesmo a filantropia norte-americana corrompeu-se em pouco tempo. Na década de 1950, reuniu-se em torno de eugenistas como Frederick Osborn (que se tornaria um dos nomes mais fortes no Conselho Populacional de Jonh Rockefeller III) altas somas financeiras para o controle populacional nas nações mais pobres [2].  A Fundação Ford, a mais poderosa dispensadora de recursos privados para o controle populacional no mundo, posteriormente também seria responsável pela difusão dos chamados direitos sexuais e reprodutivos, que têm como principal objetivo modificar o papel da mulher dentro da família, procurando dissociar definitivamente a maternidade da relação sexual, e estabelecer o aborto como método de contracepção. A Ford Foundation ainda foi responsável pelo fomento de organizações feministas em países subdesenvolvidos e pela agrupamento de mulheres nas comunidades carentes com vistas a formar um corpo de ativistas [3].

Pouco depois da filantropia, foi a vez do Governo da nação mais poderosa do mundo ingressar na cruzada contra a população das nações mais carentes. Já na década de 1960, o Presidente americano Johnson caiu no conto dos alarmistas ao declarar que atuaria sobre o fato de que “cinco dólares investidos em controle de natalidade equivalem a cem dólares investidos em crescimento econômico”. Estabeleceu-se como consequência imediata o fortalecimento da Agência Americana para a Ajuda Internacional (USAID), em recursos voltados à esterilização, contracepção e aborto nos países pobres sob a fachada de “ajuda humanitária” [4]. Na década de 1970, aumenta o caldo do alarmismo com a difusão do famoso Relatório Kissinger entre os órgãos de defesa americano, em que se destacava a importância das políticas de controle populacional como questão de segurança interna da nação americana. Salta aos olhos o conteúdo imperialista do relatório, tendo em vista a preocupação com os recursos minerais das nações fornecedoras, e a necessidade de manter a “estabilidade” para evitar tumultos que pudessem colocar em risco a exploração [5].

Mais recentemente, na década de 1990, a ONU se consolida no imperialismo, especialmente em relação aos países latino-americanos. No Conclave estabelecido na ilha de Glen Cove, ONGs feministas financiadas com recursos das grandes fundações, juntamente com as comissões da ONU em reunião fechada, estabeleceram a estratégia de acusar sistematicamente os países da América Latina de estarem infringindo tratados internacionais por ainda não terem legalizado o aborto [6]. Flexionando o acordo dos tratados que nunca previram o aborto, pressionam esses países a legalizar a prática, argumentando, por exemplo, que as altas taxas de mortalidade materna se devem aos abortos realizados em condições precárias e que, por conta disso, as mulheres não vêm sendo amparadas pelo direito à vida, que é pressuposto nos tratados que foram assinados.

Os movimentos feministas presentes no Brasil também são orquestrados de fora. Suas diretrizes de ação vêm dos países desenvolvidos, que por sua vez pretendem impor às nações pobres, o controle e a permanência em situação de carestia. Os organismos internacionais dificilmente propõem alguma ajuda humanitária que não contenha o controle populacional como contrapartida para o acordo, mesmo que este fato contrarie a vontade da maior parcela da população beneficiária. A análise histórica do movimento feminista que luta de forma ferrenha pelo aborto mostra que sua face pode até ter mudado ao longo dos anos, mas o objetivo ainda continua sendo o mesmo: a eliminação dos mais pobres não pela sua emancipação, mas pelo seu extermínio.

REFERÊNCIAS

1.Margaret Sanger – O Pivô da Civilização, 1922 – Capítulo V “A crueldade da caridade”.

2. https://www.nytimes.com/1981/01/07/obituaries/frederick-osborn-a-general-91-dies.html

3. https://www.issuelab.org/resources/8033/8033.pdf

4. Jorge Scala, IPPF a Multinacional da Morte, Capítulo I, parte d

5. https://www.hli.org/resources/exposing-the-global-population-control/

6. https://s3.amazonaws.com/cfam/wp-content/uploads/40891030-Glencove-Roundtable-SRHR.pdf

Núcleo de Estudo e Formação da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada


O fim dos sofrimentos humanos: a falsa promessa da cultura da morte

A Cultura da Morte já é uma realidade bastante arraigada...

A alma contém o corpo

"Antes, é a alma que contém o corpo e lhe...

Deixe seu comentário