E quando os filhos não vêm?

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Esta edição da Saúda da Mulher traz importantes informações para os casais que vivenciam a experiência (bastante dolorosa) de não conseguirem engravidar.

A idade média da primeira gestação em nosso país vem aumentando nos últimos anos e apesar de ainda termos índices assustadores de gravidez na adolescência, na população com mais acesso à informação e à educação, é cada vez mais comum se adiar a chegada do primeiro filho, isso por diversos motivos.

E quando, finalmente, se vai tentar engravidar, percebe-se que após alguns meses a tão sonha- da e planejada gestação não vem – o famoso exame do beta HCG continua dando negativo. Quando isso deve passar a ser uma preocupação? Quando a possibilidade de uma infertilidade precisa ser investigada?A resposta não é uma regra fixa, mas, na média, um casal com menos de 35 anos, sem doenças graves, sem uso de métodos de anticoncepção, poderia aguardar cerca de 12 meses para conseguir uma gestação.

Uma atitude que poderia diminuir muito da ansiedade desses casais, e que ajudaria nas boas práticas de saúde reprodutiva, é a chamada consulta pré-concepcional – que deveria ocorrer quando se está pensando em engravidar.

É uma consulta com seu médico ginecologista-obstetra para realizar uma avaliação da saúde atual da mulher e realizar orientações sobre medicações, vacinas e hábitos de vida que podem influenciar nesse momento pré-gestacional.

Caso, após 1 ano de tentativas, a sonhada gestação não ocorra, está na hora do casal retornar ao médico para ser reavaliado, a fim de buscar situações que estejam dificultando a gestação. A avaliação será sempre do casal, sendo que, para cada um, existem exames específicos que buscam verificar a fertilidade. A consulta constará de uma anamnese (entrevista médica) detalhada para identificar situações que possam estar prejudicando a fertilidade, doenças prévias, uso de medicação, hábitos como o tabagismo ou consumo de bebida alcoólica em excesso, contato com materiais contaminados no ambiente de trabalho, prática de atividade física em excesso ou sedentarismo, doenças familiares, entre outros. No exame físico, ava- liam-se fatores como o peso / índice de massa corporal, avaliação abdominal, além do exame ginecológico propriamente dito, entre outros. Caso julgue necessário, o médico solicitará exames complementares – laboratoriais e de imagem, na maioria das vezes.

Após essa consulta, se saberá se existe alguma doença interferindo diretamente sobre a fertilidade – seja ela ginecológica, como é o caso da Síndrome dos Ovários Policísticos, a endometriose, obstrução tubária, entre outros; ou sistêmica, que influencie reduzindo a fertilidade, como é o caso da hiperprolactinemia, do hipo ou hipertireoidismo, da obesidade, etc. A avaliação será sempre do casal, então o homem também realizará uma consulta com o médico urologista para afastar patologias que prejudiquem sua fertilidade. Para cada uma dessas patologias, serão propostos tratamento e acompanhamento específicos, a fim de se alcançar as melhores chances de uma gestação espontânea. Portanto, um diagnóstico inicialmente de infertilidade não determina uma esterilidade, com o acompanhamento e tratamento indicados, muitos casais alcançarão uma gestação.

E claro, sempre vale lembrar, que a vivência da paternidade responsável, como já abordada em outra matéria desta coluna, é vivida não apenas quando se geram filhos biológicos, mas também na abertura à adoção de tantas crianças que aguardam nos abrigos e orfanatos por famílias para recomeçarem suas histórias.

Dra. Bruna Driessen Pidluznyj

Consagrada da Comunidade Católica Vale de Saron Médica Ginecologista e Obstetra


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