Maternidade: Um Lar, Uma Ponte, Uma Esperança

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A maioria das mulheres, desde a geração de nossas avós, tem vivido uma vida dupla. Não são mães de verdade, no sentido que a dignidade desse papel lhes convida, foram convencidas de que sua realização se encontra na emancipação sexual e econômica. Com o passar do tempo foram se percebendo cada vez mais exigentes e menos sucedidas, sua autoestima foi destruída por 3 grandes ondas do feminismo e frustram-se em pensar que talvez não tenham encontrado a sua vocação.

Não julguemos as inúmeras razões que nos levaram a seguir esses passos, mas o fato é que também nós temos dificuldade em lidar com a grande verdade de nossa condição feminina, a de que  a maternidade é a maior vocação da mulher.

Não é à toa que a maioria das mulheres têm filhos, elas realmente almejam ser mães desde a infância, brincar de boneca não é como diriam as feministas um hábito introjetado na mentalidade das meninas por meio de uma cultura machista e escravizante, mas ao contrário, temos desde a infância a facilidade de ler comunicação não verbal, ou seja, de ler as emoções que estão por trás de cada gesto, palavra ou pensamento, e esse dom se aperfeiçoar ao máximo no trato com nossos filhos. Sim, a capacidade empática da mulher é a principal habilidade de seu ser e em decorrência disso ela se torna mestre em relações intra e interpessoais.

A mentalidade contraceptiva do nosso tempo, nos tolheu de exercer essa vocação sem medo e de nos especializamos no que temos de melhor. Hoje, a mulher que pense ter filhos numerosos é tida como louca ou carece de educação. Mas isso nem sempre foi assim, na bíblia temos muitos exemplos de que a maternidade era sinal de bênção e prosperidade. Nos salmos o lar abençoado é representado pela mulher como videira frutífera e os filhos como brotos de oliveira ao redor da mesa.

Para compreender melhor o papel da mulher nessa dinâmica familiar, devemos sempre voltar o olhar para Nossa Senhora como modelo máximo de perfeição feminina. Ela meditava todas as coisas em seu coração, e isso é mesmo um traço importante de nossa identidade, tudo o que guardamos em nossa memória será sempre pensado como se estivéssemos procurando entender o significado que aquilo tem no universo interno do ser humano. A alma de uma mulher tem a particularidade de criar um mundo interior capaz de decifrar sentimentos e emoções, portanto quando algo lhe é oferecido, todos os detalhes são gravados e processados e transformados em um arsenal de pequenas lembranças que se entrelaçam e se juntam para que todo nosso corpo, nossos gestos, nossa fala e também nosso silêncio possam expressar de forma MATERNAL o que aquilo representa.

Por isso você pode perceber que mesmo meninas em tenra idade são naturalmente maternais, que algumas profissões são mais desejadas por mulheres e que, via de regra, a menina é mais frágil fisicamente e tem tendência a proteger e cuidar de si e de outros. A fragilidade do sexo feminino nada mais é do que um apurado senso de como afetar e expressar o universo mais frágil e interior de todos os seres, a falta de força física não nos impede de destruir, ao contrário, nos dá uma força ainda maior.

E é por isso que o demônio procurou Eva para dissuadi-la, não porque ela era menos capaz de discernir do que Adão, mas porque ela tinha uma força destrutiva maior.

Toda mulher deve ter a consciência de que temos um dom maravilhoso, que também pode se transformar na arma mais perigosa de destruição de almas. Sim, o feminismo treina mulheres a se tornarem armas de destruição em massa, sem perceberem milhões de mulheres destroem as pontes capazes de transmitir uma forma mais sensível do amor de Deus.

Portanto toda mulher cristã é convidada por Deus a ser aquela ponte relacional, que é habilmente construída dentro do círculo familiar. Se formos capazes de organizar nosso interior, termos a paciência de meditar em todas as coisas e sabemos- nos expressar com cuidado, seremos capazes não apenas de transmitir uma mensagem eterna e que já está gravada no mais íntimo de nosso ser, mas também de acessar o íntimo de nosso próximo, e essa é a grande arma da mulher cristã. As lágrimas de uma mulher contêm mais dor do que as de um homem, pois mais facilmente carregam a dor de outros.

A maternidade carrega em si uma semente extremamente valiosa, altamente frutífera, uma tarefa especialíssima, mas que esquecemos que faz parte da realização de nosso ser.

É na maternidade que imprimimos a força do cristianismo no coração dos nossos filhos, no sacrifício de nossas vidas e na presença sempre segura da mãe, a certeza de que podemos confiar. No olhar atento e amoroso de uma mãe, reside a certeza de que uma tarefa muito especial lhe foi entregue por Deus.

A realização profissional e a independência financeira são irrelevantes perto dessa que é nossa melhor chance de sermos bem-sucedidas. A maternidade é o que de melhor podemos fazer, pois todo o nosso ser e nossas habilidades estão naturalmente voltadas a ela.

É importante lembrar para toda mulher que pensa que pode delegar a maternidade para instituições e terceiros, de que uma criança só se sente segura realmente no LAR, porque esse foi seu começo. O útero que todos habitamos um dia, nada mais foi do que um lar, temporário, sim, mas onde aprendemos o tom da voz de nossas mães, que ligados ao aconchego e à nutrição, fazem parte de um lar saudável.

O local da maternidade que se dá no útero, além de uma casa, também é aquela ponte relacional que será fonte de alimento para nossa capacidade de crer e de confiar. Quando o bebê chora logo após o seu nascimento, neste ato involuntário capaz de encher nossos pulmões de ar e nos iniciar nessa busca constante por oxigênio, tem como resposta o toque terno de uma mãe que atende ao choro e necessidades de seu(ua) filho(a) com a mesma nutrição e o aconchego de antes, só que agora em um novo lar exterior, o lugar  do colo materno e também o lugar onde as relações inter e intra pessoais serão exercitadas e desenvolvidas.

Portanto o lar materno, não será apenas um lar físico, devemos compreender que acima de tudo somos responsáveis por uma tarefa nobilíssima e que somente nos seremos capazes de ensinar. A mãe da escolinha e ou as babás vem e vão, a criança percebe logo que não pode confiar nessa relação, e nesse aspecto não podemos substituir a maternidade ou relegá-la a outros papéis fictícios, as pontes de que falo são de natureza sensível, a criança desde sempre é capaz de compreender quando algo não responde à naturalidade e gratuidade do ato materno. Não poder se sentir seguro e amparado por sua própria mãe traz grande angústia e ansiedade para uma criança, principalmente quando ainda não é dotada da capacidade de se perceber como ser autônomo e consciente de sua individualidade.

Mesmo depois que a idade pré-escolar se inicia, a criança voltara sempre de novo ao lar maternal, o olhar da mãe, o tom da voz, o toque e agora todo o processo educacional será potencializado por essa matriz que acessará o universo simbólico da criança, imprimindo fundamentos importantes para a consciência do bem e do mal e para que persistam no que é certo, mesmo que lhes seja mais difícil. A criança sempre retorna ao lar em busca de um guia, amparo e coragem para enfrentar o mundo exterior, sempre mutável, sempre condicional e, portanto, não confiável.

Por isso a mãe se torna o alicerce, a matriz da primeira infância, e dessa relação um vínculo permanente se faz. Mesmo que o tempo passe, e até na ausência física da mãe, aquele vínculo primordial será promotor de fé e esperança.

Para uma mãe que entendeu a grandeza do seu papel, o mais importante é que seus filhos sejam capazes de gravar no seu ser a lembrança do lar maternal, esse precursor do que um dia será seu próprio lar, a semente de uma nova família, e que acima de tudo estará impresso em seu coração com força indestrutível, força capaz de fazê-lo confiar e prosseguir a toda a prova.

Pelos olhos e instintos internos da mãe, os filhos serão guiados a deterem o seu próprio olhar em seu interior, buscarem o que há de consistente e mais essencial nas relações humanas, essas são as armas mais eficazes contra a volatilidade das relações modernas.

Por isso, felizes das mulheres que prosseguem nessa verdadeira arte, a vocação maior daquelas que são chamadas à maternidade, maior e mais digna do que qualquer profissão ou diploma. Mulheres assim constroem verdadeiramente um lar, deixam uma verdadeira herança, um sinal permanente e que nos remete à promessa de que também um lar eterno nos foi preparado no Céu.

 

Casa Pró-Vida Mãe Imaculada


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