Porque há tanto interesse em destruir a família?
Uma nova tentativa legislativa para ampliação do conceito de família, embora a contrariar as consciências da maior parcela da população brasileira, colocou em alerta os movimentos em defesa da família em todo o país. O projeto de lei (3369/2015), proposto no Congresso Nacional e de autoria do Deputado Orlando Silva (Pc do B – BA), tem por objetivo, reconhecer como família, qualquer forma de união entre duas ou mais pessoas, que para este fim constituam, e que se baseiem no “amor”. O projeto restou aprovado por parte do relator, Deputado Túlio Gadelha (PDT-PE) e ainda está na iminência de ser votado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias daquela casa legislativa [1].
Apesar de no texto do referido projeto de lei, constar entre outras coisas polêmicas, que tais uniões passam a ser após a sua aprovação, reconhecidas independente de consanguinidade, os deputados envolvidos na questão bem como a maior parcela da imprensa nacional, insistem em afirmar que tal questão não pretende abrir precedentes para a legalização do incesto, como estariam postulando os “teóricos da conspiração”, mas apenas visa reconhecer como família, aquela composta de pais adotivos ou de pais e seus enteados. Se aprovado, este projeto de lei anula os efeitos do Estatuto da Família já votado e promulgado no dia 28 de junho de 2018, promulgado oficialmente como Lei 6160/2018, o qual reconhece como família o núcleo formado pela união entre um homem e uma mulher por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
As tentativas são sempre renovadas, mas o objetivo continua sendo o mesmo: a destruição da família. Não é de hoje que o núcleo familiar formado pela união entre homem e mulher vem sofrendo ataques dos mais diversos. Taxado pelas telenovelas e espetáculos como coisa ultrapassada, inserida naquele estereótipo da esposa, escrava do marido machista, conceito este calçado na teoria formulada a partir do pensamento de Marx e Engels, que consideravam a família patriarcal como reprodutora na sociedade daquela mesma opressão levada a cabo pelo capitalista em relação ao proletário [2].
Não é de se admirar que os propositores deste projeto de lei se pautem sempre na mesma concepção marxista, de ver na união estável de um homem e uma mulher, uma ameaça à revolução. Até o próprio Engels, exalta na sua obra sobre a Família, a Propriedade Privada e o Estado, a forma de organização das sociedades chamadas primitivas de outrora e em algumas remanescentes, onde predominavam as uniões poligâmicas, poliandricas ou incestuosas, as quais impediam por isso mesmo, o surgimento de classes superiores dentro do lar [3].
Em que pese a desconstrução da família ter como carro de batalha os movimentos adeptos do marxismo, não se pode olvidar de que os principais interessados nisso, são justamente aqueles que outrora foram mais odiados por Marx: os grandes proprietários [4]. A teoria, pretende estabelecer como normal todas as formas de união tendo em vista a sociedade sem classes, mas para sua disseminação na sociedade atual, movida pelo dinheiro, a teoria depende de uma grande soma de recursos que provém, geralmente, dos mesmos propositores do controle populacional e da alienação dos pais em relação aos filhos. É de interesse das grandes corporações mundiais que os pais possam produzir e consumir cada vez mais, enquanto a sua prole, possa “gozar” dos cuidados integrais promovidos pelo Estado, o qual irá formá-los para serem eles também, produtores e consumidores em potencial.
As investidas que vem sendo instauradas nos últimos anos, seja pela via legal, seja pela manipulação ideológica orquestrada junto aos meios de comunicação para a destruição da família e dos lares, mostra claramente que existe um interesse espúrio e insistente. Homens e mulheres que decidem seguir pelo caminho do cuidado à família e aos filhos, representam uma ameaça ao sistema moderno, o qual exige de ambos, a servidão aos interesses do mercado na produção e consumo. Daí surge o asco aos filhos numerosos, à religião cristã que prega os valores essenciais que constituíram a sociedade e à fidelidade conjugal, o qual infelizmente, invadiu as fileiras de nossas igrejas. Se o povo dormir, baixar a guarda, logo correrá o risco de ver o seu mais fundamental valor ser destruído pelos interesses dos poderosos. Família, torna-te aquilo que és!
FONTE
- https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2024195
- http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_engels_origem_propriedade_privada_estado.pdf – Pág 15.
- http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_engels_origem_propriedade_privada_estado.pdf – Pág 16.
- https://padrepauloricardo.org/episodios/herodes-e-pilatos-ficaram-amigos
Juliano Antonio Rodrigues Padilha – Economista, Especialista em Finanças e em Orçamento Público – Coordenador do Núcleo de Estudo e Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada