Morte aos inocentes e o retorno à barbárie

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O homem moderno, desde o advento do iluminismo a partir do século XVIII, aprendeu a elogiar a sociedade contemporânea como independente das amarras da superstição e da fé cega. Considera o mundo no século XXI como ápice da evolução humana, uma vez que há muito tempo deixou de crer em “fantasmas”, para finalmente aderir à ciência que a todos beneficia e livra as mentes da prisão medievalista pregada pela religião. Pode-se sim afirmar a importância da ciência, contudo, colocá-la como antagonista da fé é um grande erro. Mas afinal, será que o homem moderno é hoje, dada a evolução dos meios de sobrevivência, considerado um ser que progrediu para caminhos mais felizes em todos os aspectos?

Perpassando a história da humanidade, pode-se observar que apesar do progresso material, o homem deste tempo vê multiplicar diante de si, cada vez mais a sofisticação dos meios de brutalidade, e tudo isso, porque em que pese a expansão do bem-estar, deixou de estar focado na verdade, algo tão caro e primordial no período medieval, mas tão atacada em nossos dias.

O abandono dos mais frágeis e necessitados, sempre reinou nas sociedades humanas primitivas, até mesmo entre àquelas que sequer tiveram contato. Na Antiga Grécia, os espartanos tinham o costume de sacrificar crianças que nasciam com alguma deficiência, o mesmo acontecia nas culturas indígenas dos povos pré-colombianos, que sempre tiveram o costume de enterrar vivas crianças deficientes. O Império Romano, deixava os mais debilitados à margem, para morrerem à míngua, o mesmo acontecia, no oriente médio, basta ver os clamores do Antigo Testamento, para que se amparassem as viúvas e órfãos.

Os cristãos foram os primeiros a construir os meios para garantir amparo aos mais fracos, desde as viúvas e órfãos, para os quais se estabeleceu o ministério dos diáconos, até a construção de leprosários e outros meios para resgatar os mais desvalidos, especialmente os abandonados durante o Império Romano. Até mesmo na evangelização dos indígenas, tão atacada por muitos hoje, a fé cristã foi capaz de reverter a brutalidade constituída pela cultura então reinante.

O que se percebe no século XXI, por outro lado, é o retorno à barbárie e o desprezo aos mais desvalidos. A contradição é gritante, fala-se muito em direitos das pessoas com deficiência, mas ao mesmo tempo, prega-se o aborto em crianças com síndrome microcefalia. O homem moderno, retorce o rosto diante dos horrores praticados pelo nazismo, mas aplaude uma nova lei que permite à mulher abortar filhos que sejam portadores de síndrome de down. Alegra-se com o fim da pena de morte aplicada a estupradores, mas permite que a vida de um bebê gerado de um abuso sexual, seja ameaçada. Tudo isso porque se regozija com o progresso material, mas dispensa a verdade.

O mundo corre hoje de forma veloz para a sua própria decadência, embora evoluído em termos científicos, não permite que as benesses geradas pelo enriquecimento tecnológico alcance os mais necessitados. Basta ver como recentemente se tem pregado cada vez mais fortemente, a necessidade de controle de natalidade entre os mais pobres e como as mesmas vozes que dizem defender os mais necessitados, são as primeiras a exigir não melhorias, mas acesso ao aborto.

Enquanto não aprendermos a usar o progresso técnico junto com a verdade, a única coisa que vamos construir é uma barbárie pautada em meios sofisticados.

Juliano Antonio Rodrigues Padilha – Economista, Especialista em Finanças e Orçamento Público – Coordenador do Núcleo de Estudo e Formação da Casa Pró Vida Mãe Imaculada


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