Gravidez!

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Essa palavra, no teste de gravidez digital, se destacou como letras de neon com num outdoor. Ficamos surpresos, mas não chocados, animados, mas não muito felizes. Ainda não, pelo menos. Meu marido, David, e eu estávamos casados há apenas um ano, e só recentemente havíamos conversado seriamente sobre começar nossa família. O primeiro teste foi inconclusivo e o próximo foi negativo. Embora estivesse decepcionada, me resignei a essa realidade. O próximo teste foi positivo e mudou tudo. A alegria plantou-se firmemente em meu coração assim que vi aquela única palavra, e comecei a me preparar. Eu me sentia mais leve que o ar, efervescente até, e amei carregar nosso rejubilante segredo. Após a primeira consulta médica, às oito semanas, compramos presentes para os nossos pais para anunciar a novidade, e esperávamos ansiosamente pelo ultrassom. Com 10 semanas de gestação tive um sangramento e fui aconselhada a ir ao pronto-socorro David estava no trabalho e correu para casa, me encontrando no hospital. Não havíamos tido nenhum problema até esse momento, e eu fui levada a uma falsa sensação de segurança de que nada daria errado. Após o ultrassom, o médico nos disse que não conseguia encontrar o bebê. Havia três possibilidades: eu tinha um óvulo danificado e acabaria abortando; a gravidez é ectópica e eu poderia precisar de cirurgia; ou o bebê poderia ficar bem, afinal. Segurando-me à lasca de esperança proporcionada pela terceira possibilidade, fomos para casa e reunimos a energia necessária para irmos à Missa. Apesar do otimismo e da esperança de David, eu temia a perda de nosso bebê. Comecei a suar profusamente durante a oração eucarística e sabia que algo estava errado. Depois que pedimos a nosso amigo e padre que abençoasse a mim e ao bebê, o aborto começou. Gradualmente, começamos a perceber que não levaríamos para casa nosso bebê em março. Não tínhamos certeza se eu estava abortando ou se a gravidez era ectópica e minha trompa de falópio estava rompida. Ficamos aterrorizados. Eu rezava para que o sangramento parasse. Tudo o que pude fazer foi sentar-me numa cadeira reclinável da sala de espera, chorar e rezar para que as contrações parassem. Assim que fomos conduzidos para um quarto, tudo acabou. Os médicos confirmaram que havíamos perdido nosso bebê e tentaram nos consolar. Em vez de tristeza, senti alívio por ter sobrevivido e não sentir mais dor. Então, senti culpa porque sentia alívio. Então, mais alívio. A dor física finalmente terminou depois de três dias torturantes. Mas a dor emocional estava apenas começando. Voltamos para casa naquela noite, agradecidos por estar em boa saúde, mas sabendo que tínhamos perdido a mais recente adição à nossa família. A tristeza bateu em mim como ondas nas rochas e me deixou de joelhos repetidas vezes. Isso me batia mais forte quando eu menos esperava – como quando olhei para o quintal enquanto lavava a louça e percebi que nunca o veria brincar lá, quando entrei no quarto dele sabendo que nunca ouviria seu gritinho, ou quando eu peguei o macacão que ele nunca usaria. O luto é uma emoção estranha e inconsistente. Ao mesmo tempo em que você deseja se afastar dos outros, sente-se mais próximo deles. O sofrimento ergue muros altos e depois os destrói em segundos. Isso faz com que você queira se isolar da dor dos outros e, ao mesmo tempo, esbarrar nisso. Seu coração endurece um pouco quando você encontra alguém que nunca experimentou sua dor; amolece quando você conhece alguém que conhece e reconhece um companheiro de viagem nessa estrada solitária. A paternidade nos mudou. Perder nosso filho também nos mudou. Outros compartilharam suas dolorosas histórias de aborto conosco, e a empatia pelos outros fluiu através de nosso quebrantamento. Enquanto a dor é esmagadora às vezes, perder nosso filho aproximou David e eu. Na semana de – pois que o perdemos, mal passamos um minuto separados. Choramos, sorrimos e rimos juntos, percebendo a imensa alegria de estarmos unidos e o presente incrível que nosso casamento é. A alegria é verdadeiramente ampliada pela tristeza. Eu ainda tenho muitas perguntas não respondidas. Por que nosso primeiro filho? Por que tão cedo em nosso casamento? Será que teremos a família com a qual sempre sonhamos? Não tenho respostas para essas perguntas. As duas coisas que eu sei são que meu filho está nos braços de nosso Criador e que de lá está intercedendo por nós.

Michelle Mowry-Willems

Advogada, colaboradora do FemCatholic


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